sexta-feira, 22 de maio de 2009

Definições do Conceito de Literatura para a Infância e Juventude

Esta noção tem sido problematizada ao longo dos tempos, por diversos autores. Eis alguns exemplos:

Cecília Meireles (1951): “São as crianças, na verdade, que o delimitam, com a sua preferência. Costuma-se classificar como Literatura Infantil o que para elas se escreve. Seria mais acertado, talvez, assim classificar o que elas lêem com utilidade e prazer. Não haveria, pois, uma Literatura Infantil a priori mas a posteriori. Mais do que literatura infantil existem "livros para crianças".

Jean Perrot (1975): “Alguns autores salientam a importância do conceito de «prazer do texto» na literatura infantil e juvenil e propõem uma visão bastante alargada desse domínio, com inclusão dos multimedia.”

João David Pinto Correia (1978): "Na literatura infantil, o produtor vai preocupar-se com fomentar a criatividade na criança: as histórias aproveitam não só o fantástico, o maravilhoso (as fadas, os gigantes, os anões, etc.), como vão explorar os aspectos mais poéticos, inéditos de pormenor, do ambiente em que vive a criança, ou da natureza exótica que facilitem um maior contacto com a realidade distante (no espaço e no tempo).
Por seu lado a literatura juvenil consiste fundamentalmente em práticas literárias de "imaginação" que
podemos caracterizar como próximas das "literatura de massas".

Mercedez Manzano (1985): “Há quem cite definições de vários escritores e na sua experiência vivida com crianças, para apontar três elementos fundamentais na definição deste conceito literatura para a infância e juventude:
- simplicidade criadora
- audácia poética
- comunicação adequada.”

Denise Escarpit (1988): “Outros criticam certas posições dogmáticas que fazem o livro, tanto a imagem como o texto, estar dependente da apreciação do adulto, considerando que a questão da apreciação tem variado conforme as épocas e os modos culturais. Regra geral mantém-se ainda, e infelizmente, a atitude dirigista e dogmática dos adultos que encaram a literatura para crianças como um terreno onde é aceitável decretar funções e modos de utilização.”

Juan Cervera (1991): “Reflectindo sobre o facto de a expressão "literatura infantil" efectuar a junção de dois termos ambíguos, há autores que propõem integrar na literatura infantil "toda a produção que tenha como veículo a palavra com um toque artístico ou criativo e como destinatário a criança".

Manuela Barreto Nunes (2007): “O que é? Literatura destinada a um público de fronteira:
– Ainda ligado à literatura infantil mas já atraído pela literatura para adultos;
– Heterogeneidade: alguns são já verdadeiros leitores, outros amadurecem mais lentamente, outros estão desmotivados para a leitura.
– Que faixa etária abrange? Pré-adolescentes e adolescentes, entre os 10 e os 16 anos.
– Quais são os objectivos?
a) Distrair;
b) Educar.”

* Documento debatido numa das sessões de trabalho do Clube de Leitura "Ler Por Prazer".

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